terça-feira, 21 de setembro de 2021

Refúgio de setembro

 


 Um ruído rouco desarrumou o silêncio

congelado da rua.


Mas tu hoje não vieste. O dia alongou-se

na irremediável obrigação de existir. Cumpriu-se

o calendário das ausências


aquilo que sobra dos instantes de fogo

ou dos lugares do vento que rodeiam o teu nome.


Aquilo que sobra dentro do silêncio rouco

onde se vai dissolvendo a voz liquefeita dos pássaros.



BL

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