quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Superfície esférica

 


Um lugar a tecer os dias que

ainda persistem.

Ruído

ausência

memória.

A esperança a dissolver-se num qualquer vento

que orienta a noite.

Dor subterrânea da pele.


A palavra como abrigo fugaz das coordenadas

da alma.

O outono na brevidade da folha

terra de silêncio a acender verbos

a arquitetar as coisas feitas de pequenos nadas.


E o dia quase a desistir do estranho sonho de ser

árvore

cada dia a ser o ramo que cai

em cima da sombra que me amarra o chão.


BL






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