Suspende a voz
porque não sabe o movimento
que pode ousar.
Procura nos lábios a maciez da palavra
mas tropeça num espaço
onde as consoantes resistem e cegam
a fluidez do gesto e das certezas escorregadias
nos entretantos.
Pouco a pouco percebe
que já não existe o tempo de
ajustar o olhar ao som multiplicado
do virar das páginas.
Para
quase sempre
antes que as palavras já não sejam
as dela
e o céu da boca se incendeie
na semente circular da dúvida circunstancial.
BL
08.04.21
Sem comentários:
Enviar um comentário