terça-feira, 13 de abril de 2021

Muros



 

A voz do trompete a gemer

na dormência da luz.


Poderá ser o grito da loucura a revolta da

dor

contra a inclemência do caos universal

a trancar o tempo da utopia.


Nos escombros da luz chora o trompete

e a solidão da criança no coração do olhar.


Dir-se-ia uma epifania amarrotada

um silêncio náufrago

cúmplice da salvação sem farol.


E os meus olhos cobertos de sombras devastadas

bloqueados por um mundo em dissonância

procuram um verbo que nos devolva as estradas do mar


e


num lamento de sangue partilhado

evocam fantasmas e demónios

uivos que me consomem

omnipresentes.


BL

13.04.21

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