A ventania tolhe a memória
recolhida na linha do arvoredo. Mas as minhas mãos errantes
disfarçam marasmos entorpecidos
enganam fins-de-tarde
dissolvidos no inverno do olhar.
Sorvem o livre movimento das ervas
de onde se ergue a lonjura do tempo
e horizontes antigos abrem-me no corpo
a brevidade do sonho
ou do esquecimento.
Como um silêncio antigo
à procura da sílaba exata na dança dos pássaros
refaço a voz na reinvenção das horas
e vou inscrevendo o crepúsculo e ramos
despidos
nas raízes dos afetos
que me prendem
ao azul inicial da palavra.
BL
01.02.14
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