Pouco a pouco apercebes-te
de que apenas sustentas o olhar num calendário
inexato e impalpável.
Refletes na calçada passos solitários
que tingem a tarde de um vento inquieto
e semeias promessas audazes
como sonhos que adormecem sob o peso
do esquecimento
ao fim do dia.
Nos teus olhos dispersos vivem palavras
que gemem os teus silêncios insondáveis ou o sinuoso cansaço
da vida. Talvez nunca desvendem a verdade
das partículas que tu és.
Talvez sejam verbos redentores que esvoaçam na praça
a gritarem sombras a quem passa.
Antes de regressarem ao coração da noite.
24.05.21
BL
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