sábado, 7 de agosto de 2021

Manhãs ávidas de limpidez

 

Nessas manhãs ávidas de limpidez percorro a sabedoria das árvores

e recolho

as vozes pequeninas a que me agarro

e entrego às raízes renascidas do meu corpo.


Como fumo espartilhado

acenam-me sílabas brancas de uma infância a despedir-se

formas nítidas que o tempo não fechou.

Existem nomes e ecos de horas longínquas

que chegam e se distribuem no cenário em frente à casa.


E deste silêncio quieto e doce

rolam súbitas pedras

solitárias

o vento vertiginoso para

e a manhã alonga-se

sem asas proféticas.


BL

05.08.21






1 comentário:

  1. Obrigada pela visita ao meu cantinho e pelas palavras.
    Belo e inspirador este poema.
    Abraço

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