sexta-feira, 4 de abril de 2025

Lugares dentro de nós

 





As casas sussurram nomes

que se perderam no vento.

Envelhecem em silêncio

tecem sombras desgrenhadas nos muros

onde hesitou o tempo.



Nas suas raízes dormem histórias

escritas sem mãos

apenas com o peso dos dias

e o eco dos passos que já não regressam.



Nas paredes existem murmúrios

palavras embebidas na cal.



E nos telhados

abre-se

muda

uma janela:

saudade

perene no que sente

intransitiva no que cala.



As casas nunca se despedem.

Apenas esperam.







BL

04.04.25







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