domingo, 27 de abril de 2025

Onde o asfalto se rompe


 





Ferem-me faróis em ruas decadentes

reflexos distorcidos

que sangram nas calçadas

onde o asfalto se rompe

sob o peso de passos perdidos.



Fétidas esquinas putrefactas

abismos a engolirem esperanças desfeitas

murmúrios de histórias

a apodrecerem no silêncio.



Suspiros de moral violada

pairam como vultos invisíveis

entre vestígios de convicções corroídas.



Gasta?



Ou talvez transformada



num ciclo infindável

entre queda e renascimento

onde o ar exala o aroma

acre da decadência



mas ainda hesita

num fluxo perpétuo

onde o esquecimento consome o que sobra.





BL

27.04.25









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