Ferem-me faróis em ruas decadentes
reflexos distorcidos
que sangram nas calçadas
onde o asfalto se rompe
sob o peso de passos perdidos.
Fétidas esquinas putrefactas
abismos a engolirem esperanças desfeitas
murmúrios de histórias
a apodrecerem no silêncio.
Suspiros de moral violada
pairam como vultos invisíveis
entre vestígios de convicções corroídas.
Gasta?
Ou talvez transformada
num ciclo infindável
entre queda e renascimento
onde o ar exala o aroma
acre da decadência
mas ainda hesita
num fluxo perpétuo
onde o esquecimento consome o que sobra.
BL
27.04.25
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