Uma cidade longínqua
já escassa
vai-se despindo por dentro
desfaz-se no amanhecer
semi-dormida.
Respiro a aragem extinta da noite
sou célula
pulmão
artérias que se dissolvem
na penumbra.
Sou o silêncio no horizonte
ecos do tempo em cada esquina
passos dispersos na poeira dos dias
rosto esquecidos em janelas abertas.
Sou destino
cruzo mares.
Levo na pele a marca da travessia
[ o sal colado à memória ]
orla de instante
que nunca se fixa.
Sou vaga
sou sombra
vertigem
e despedida
o regresso do vento
e das palavras não ditas.
BL
23.04.25
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