Conduzo os meus passos
num curso de horas sem voz
ecos do silêncio
de um tempo que não me pertence
[ que nunca escolhi
e me persegue ]
As sombras arrastam-se
no ventre do vento que murmura a partida
[ refazem-se numa brisa antiga ]
escondo nas palavras as arestas
de uma luz esquecida.
Sobra um fogo que persiste
um brilho discreto à margem dos dias
um lampejo rebelde que ousa ainda respirar.
Os céus pesam de ausência
e a noite desenrola-se sem promessas.
E escrevo. Sílabas de asas trémulas
onde sou inteira
[ por detrás dos dias imóveis ]
tecendo nos intervalos das horas
um mapa de regresso à pele que me envolveu.
BL
19.04.25
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