Pressinto um frio sem refúgio
nesta vertigem das palavras. Que me são casa
quando as noites acordam
e atravessam manhãs encandeadas
de crepúsculos. Às vezes feitos de lâminas
lugares de ventanias onde estala a tempestade.
No reverso do vento
existem sopros de ecos inconfessos
como
se o silêncio devorasse o canto dos corvos
e
em cada folha de outono
rasgasse
a fenda invisível entre a saudade e o grito.
Caminho por linhas fragmentadas
onde a luz vacila
hesitante
manchando de sombra o rosto do tempo.
Há mares que nunca se deitam
sopram somente histórias esquecidas
vestígios de memórias eternas
no voo solitário dos pássaros.
BL
22.04.25
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