terça-feira, 22 de abril de 2025

No voo solitário dos pássaros

 






Pressinto um frio sem refúgio

nesta vertigem das palavras. Que me são casa

quando as noites acordam

e atravessam manhãs encandeadas

de crepúsculos. Às vezes feitos de lâminas

lugares de ventanias onde estala a tempestade.

No reverso do vento

existem sopros de ecos inconfessos

como se o silêncio devorasse o canto dos corvos

e

em cada folha de outono

rasgasse a fenda invisível entre a saudade e o grito.


Caminho por linhas fragmentadas

onde a luz vacila

hesitante

manchando de sombra o rosto do tempo.



Há mares que nunca se deitam

sopram somente histórias esquecidas

vestígios de memórias eternas

no voo solitário dos pássaros.











BL

22.04.25







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