sábado, 26 de abril de 2025

Eu, só

 







Matei memórias de futuros sonhados

enterrei esperanças em terra infértil.



Cravei dardos no horizonte

as mãos trémulas de revolta.



Gritei medos sufocados

lâminas invisíveis do silêncio.



Caminhos apagados pelo tempo

traços desfeitos pela fúria do vento.



Sonhos jazem

esquecidos

cadáveres

sob o véu da noite eterna.



De que serve sonhar

se a madrugada sangra mentiras?



De que serve acordar

quando cada raio de sol queima memórias?



Deixem-me dormir

afundar no negro abismo do repouso.



Deixem-me repousar

nos contornos do silêncio

nos escombros da ilusão.







BL







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