Existe
nas entranhas do mundo
um rio adormecido
submerso na pele da terra
um murmúrio contido
o silêncio a respirar
na cadência imutável do tempo.
O vento não grita
sussurra
rasga suavemente o véu da inquietação
um olhar atravessado de sombras.
As árvores não dançam
em desespero. Dobram-se
num gesto antigo
acolhem nos seus ramos o peso indecifrável do céu.
E no intervalo entre o caos
e a pausa
no espaço onde o eco abdica de gritar
habita a tranquilidade
[ reflexo opaco no espelho do universo. ]
Há mares que se estendem além do olhar
vastidões de quietude infinita . Abraçam memórias
impronunciáveis
sussurram histórias
sem pressa.
É densa a serenidade do instante
uma pedra a repousar
no centro da alma
a vibrar
na essência do horizonte.
BL
27.04.25
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