É aqui que te encontro.
Num relâmpago surdo
cicatriz do céu que incendeia memórias
ou naquelas flores amarelas
de fogo
centelhas efémeras da eternidade.
A casa era grande
um oceano de ausências
paredes pintadas de solidão
e
entre sombras e silêncio
o meu nome ecoava
quando o pronunciavas
com a tua voz
de tal maneira rouca
que a tarde inteira se derretia
e
sobre a terra
um voo frenético de asas descompassadas
agigantava-se
num encontro feroz com a luz.
Uma dança entre o fogo
e o crepúsculo.
BL
26.04.25
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