sábado, 26 de abril de 2025

É aqui que te encontro









É aqui que te encontro.

Num relâmpago surdo

cicatriz do céu que incendeia memórias



ou naquelas flores amarelas

de fogo

centelhas efémeras da eternidade.



A casa era grande

um oceano de ausências

paredes pintadas de solidão



e



entre sombras e silêncio

o meu nome ecoava



quando o pronunciavas

com a tua voz

de tal maneira rouca



que a tarde inteira se derretia



e



sobre a terra

um voo frenético de asas descompassadas

agigantava-se



num encontro feroz com a luz.



Uma dança entre o fogo

e o crepúsculo.






BL

26.04.25








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