Nunca soube onde guardar o silêncio
que surge numa tarde vagarosa
em que o sol tem tantas palavras para dizer.
Palavras que entreabrem a janela da tarde
e deixam que o tempo atravesse a rua de água doce
onde os rostos se debruçam
e as vozes pronunciam os nomes
em que as memórias persistem.
Pouco sei das palavras do sol. Pouco sei.
Entrego as minhas mãos ao silêncio da tarde
inclinada sobre a folha em branco.
Olho-me agora no verde das árvores
num esforço vertical
para me reconhecer.
Pouco sei das palavras do sol. Pouco sei.
BL
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