Hoje, tudo o que eu
precisava era de me sentir “filha”. Ser “filha”. Apenas.
A saudade de ser “filha”. De ter a mãe e
poder chamá-la. Saber que ao dizer “mãe”, ouviria uma resposta,
que poderia ser somente uma sílaba. “Hum!” _ diria a minha mãe.
E ela estava ali, comigo, perto de mim. E então eu poderia começar
a minha ladainha de desabafos que são só para mães ouvirem, porque
não existem outras pessoas que estejam preparadas para isso. Mãe é
sangue, é carne viva. É alma, coração, é dor, é amor.
Descobre-nos em cada hesitação da voz. Segura entre as dela a nossa
mão, cuida de nós. Lê-nos o olhar. E dá-nos o colo, sem hesitar.
Há muitos anos que não
sou filha. E “ser filha” era tudo aquilo de que eu hoje
precisava.
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