Trago nos braços um mar invisível
e dentro de mim um rio
a recordar-me os pássaros
esquecidos na linha do vento
[ como quem se perdeu na viagem
e chegou atrasado ao tempo ]
e a vastidão do azul
que a passagem da luz amplia.
Ancorei sonhos dentro dos meus olhos
escrevi a vida à beira de um cais
[ em folhas submersas o céu
que se esvai ]
Resgatei das pedras a cadência do verso
celebrei as estrelas
nos fantasmas da noite
abri as portas às madrugadas.
Mas as sombras continuam a crescer
na mudez do corpo
aves de fogo
silêncios das minhas mãos.
BL
29.01.12
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