sábado, 24 de junho de 2023

Trago nos braços um mar invisível





Trago nos braços um mar invisível

e dentro de mim um rio

a recordar-me os pássaros

esquecidos na linha do vento


[ como quem se perdeu na viagem

e chegou atrasado ao tempo ]


e a vastidão do azul

que a passagem da luz amplia.


Ancorei sonhos dentro dos meus olhos

escrevi a vida à beira de um cais


[ em folhas submersas o céu

que se esvai ]


Resgatei das pedras a cadência do verso

celebrei as estrelas

nos fantasmas da noite

abri as portas às madrugadas.


Mas as sombras continuam a crescer

na mudez do corpo

aves de fogo

silêncios das minhas mãos.



BL

29.01.12















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