Arrasto comigo um silêncio d’água
náufraga de memórias distorcidas
inclementes
que desenham palavras ilegítimas
e atiram pedras desesperadas
contra os ténues fios de luz
pendurados neste sábado.
As horas morrem na fragilidade das paredes
e eu mergulhada numa nuvem solitária
à procura de um tempo ancorado num arco-íris
sem saber como renascer
deste redemoinho que me dilui
em círculos de desilusão.
Sinto saudade das sementes que lancei à terra
dos campos de girassóis que cresceram dentro dos meus olhos
quando o tempo ainda não existia
do repouso dos silêncios
de um mar de luz e de mel
a entrar pela janela.
BL
19.11.11
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