sexta-feira, 16 de junho de 2023

Os barcos chamam por mim

 




Os barcos chamam por mim

e eu poiso a cabeça 

sobre o equilíbrio dos dedos

a traçar ruas de acácias dentro do silêncio.

Lá fora a noite chora

entra pela janela

e deita-se nas sílabas invisíveis

que povoam a pele da casa.

O tempo demora

e há mapas cansados

por decifrar

a sobreviver

no entardecer do meu olhar.

Os barcos chamam por mim

o silêncio chora

as acácias voam

no rosto do vento


e o tempo demora.


BL

29.03.12







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