Estremeço ao aproximar do crepúsculo
a passar
rente aos meus olhos de bruma
há um espasmo líquido
debaixo da pele
um eco
a deixar um rasto de gelo.
Poderia ser então o murmúrio triste
da chuva
uma réstia impura da memória
o entrelaçar dos tempos
da partida
da chegada
as cicatrizes nos dedos
uma silhueta anónima.
Vacilo na viagem
ao interior da lágrima
fendas nas veias
o rasgar da folha
a dor em grito
no cerrar das pálpebras
o dia a soluçar
em gotas de melancolia
a
p
i
n
g
a
r
nas rugas da vidraça.
BL
01.04.12
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