sexta-feira, 16 de junho de 2023

A dor do poema






Lá fora

num céu desabitado

o voo desajeitado de um pássaro ferido

na voz acesa do vento

na linha agreste do sonho rasgado.


Fogem árvores nuas

no sentido inverso ao do tempo

e na margem da alma

que o frio intenso consome

as horas

lentas

choram laços invisíveis

são folhas mortas a gemer desalentos

ecos inquietos

pedras

rios dispersos

onde as palavras perderam a cor

o silêncio magoa

o poema é dor.


BL

10.02.12

 


 

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