quarta-feira, 21 de junho de 2023

Dia de chuva-sol

 



Rasgo as palavras

em pedacinhos de silêncio 

e na alma de um violino

lanço o  poema ao vento.

Ao longe

o azul-céu do tempo

o teu e o meu

as brisas de maio

o olhar-repouso

o regresso à nascente.

Devagar

na raiz do corpo

há um verso sem dor

a harmonia de um rio

a voz rouca

distante

da paisagem ausente.

Ao longe

a inquietude das horas

a inexorável recorrência

da memória


[em murmúrios de sal]


a fagulha de um amanhecer

em dia de chuva-sol.




BL
14.05.12






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