E no vento
o que ficou da terra ardida
um coração de neblina
um corpo carregado
de regressos
ou tão-só
o frágil instante das ausências
o indefinível de nós.
Semeio a cor
sob as ardências
vertiginosas do verão
sob os fragmentos de horas circulares
inexoravelmente lentos
inevitavelmente sós.
Recolho na palma da mão
o silêncio gritante das esperas
talvez apenas o voo hesitante
de náufragas sílabas
ou tão-só
a memória de um tempo invisível que parou
inatingível
dentro de nós.
BL
07.07.13
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