Chego tardia àquilo
que sempre fui.
Curso de rio traçado
na fluidez de águas inquietantes.
Ergo o poema em palavras inibidas
a descerem de tempos inocentes
ou desenho pássaros no olhar resignado
de uma voz distante. A falar
de portas abertas à lucidez de um nome
que partia devagar.
O silêncio a percorrer mapas de escuridão. Sombras indecifráveis.
A solidão dos rostos que não atravessaram
a linguagem dos muros.
A luz refratada
refletida.
A luz a acontecer
num tempo muito longe daqui.
E eu a chegar
tardia.
BL
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