Atravesso palavras
inocentes
num monólogo que quer
remover o medo.
Articulam-se por si
próprias
não me pertencem
e delas retenho apenas um
eco longínquo
que me desdobra na
multiplicidade de nomes
consumidos no
esquecimento.
Junto-me a mim e suspendo
a reconstrução da
árvore impossível que eu
adubava debaixo dos meus
enganos.
Coberta de pontos de
interrogação empurrados
por um vento amargo para
morada incerta.
Sem olhares para trás
amarraste-me o corpo
fragmentado em dolorosa
invisibilidade.
Sem olhares em frente
vais baixar a tua voz
e
pausadamente
podes dizer-te que
morri.
Brígida Luz
19.07.17
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