domingo, 2 de julho de 2017
Às vezes, queres chorar
Dentro dos teus olhos há um abrigo
onde o silêncio se desarruma
e nomes, nomes antigos
em busca do prolongamento
das tuas mãos.
Ainda não sabes enumerar
os horizontes onde resistes
à erosão do vento seco.
E resistes. Aos braços inteiros
onde o sangue estremece
ao lugar à mesa em que o domingo
cresce e abre a janela
e deixa rolar o verão
ou respirarem as borboletas.
Assim vives. Assim escolhes
essa luz vagarosa
voltada para dentro das pálpebras.
Às vezes queres chorar
mas os lábios não deixam
esquecidos das texturas invisíveis
e inexplicáveis
de onde irrompem os lugares
e as memórias a que pertencemos.
E por onde silenciosamente caminhamos.
BL
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