O tempo é casa
com portas que rangem
e janelas que guardam
o cheiro dos dias.
Tem paredes gastas
onde encosto a memória
e um sótão
cheio de silêncios empilhados.
Há quartos
onde ainda mora a infância
e corredores
onde ecoam passos que já partiram.
O tempo é casa
e eu sou hóspede
de mim mesma.
Às vezes arrumo
as gavetas do passado
ou deixo o presente
a secar na varanda.
Mas nunca saio
sem deixar
a luz acesa.
BL
20.08.25
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