segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Há uma dança na margem

 


 








No centro
tudo se anula.
A medida implode
o grito ecoa.


Tu
disfarce do comum
escapas ao compasso das regras.

 

Eu?
Sou a excentricidade que resiste.
Afastada do meio
do conforto
do porto seguro.

 

Há uma dança na margem
um equilíbrio precário na beira da queda.


Mas é lá que me encontro.
Onde o tempo não passa por cima
mas atravessa o peito
como relâmpago.

 

Anda comigo.
Vamos correr sobre a lâmina do instante
onde cada passo é quase queda
e cada queda é quase voo.

 

Não olhes para trás.
O passado desfaz-se como névoa.
Correr é cair com intenção.
E o que nos salva é o passo seguinte.

 

Tu e eu
em queda contínua
sem tempo para medir
mas tempo suficiente para sentir.





BL

18.08.25






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