Há tardes que me
chamam
com vozes de outra época.
Nos cantos da memória
espreitam risos
e passos
que foram
apagados
na calçada.
O tempo não leva
tudo.
Deixa marcas
nos vidros das
janelas
reflexos de mim quando ainda
corria atrás do
vento
e acreditava no calor das promessas.
Hoje
guardo em
silêncio
esboços preteridos
como quem conserva retratos desbotados.
E
mesmo sem saber
voltar
ardo em
lembranças
que ainda
perfumam o ar da tarde.
O tempo. Esse curador de cicatrizes.
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