segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Manifesto de ser





Não me venham com silêncio.
Eu sou barulho.
Sou trovão preso na garganta
sou incêndio que não se apaga.
 
A solidão tentou domar-me
pôs-me coleira
chamou-me fraca.

Mas eu mordi a mão
que me alimentava com migalhas de afeto.
 
Não sou ausência.
Sou excesso.
De pensamento
de desejo
de tudo o que não cabe em ninguém.
 
O mundo quis-me quieta
curvada
vazia.

Mas eu sou tempestade.
E tempestade não pede licença.
 
Se é para estar só
que seja com fúria.
Que o eco do meu grito
faça tremer os muros
dos limites que nunca me couberam.






BL
11.08.25






1 comentário:

  1. Mas eu mordi a mão
    que me alimentava com migalhas de afeto.

    Mas eu furei os olhos
    de quem por mim velava por orgulho.

    Mas eu queimei as cartas
    que Rilke escondeu de nós, do tempo...

    Mas eu verti o fluxo
    do sangue que não ferve nos seus lábios...

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