terça-feira, 29 de julho de 2025

Folha da tarde

 






A tarde encosta-se à janela
na quieta hesitação dos ponteiros.


O sol espalha palavras

que não ouso decifrar
como se a luz tivesse segredos
guardados nos ramos.

 

A rua canta

com passos de água
e os nomes deslizam nas vozes
como folhas à deriva.


O silêncio aperta-me as mãos
com a ternura de quem conhece
cada ausência escondida.

 

Olho o verde

que se eleva.
Tento lembrar-me
do que sou

[ reflexo de quem se vê.]


Talvez o tempo me escreva

devagar
sobre esta página em branco

voz do silêncio

à minha espera.



BL

29.07.25






1 comentário:

  1. Olha, você manda muito bem. Que poema lindo, BL.


    https://osoutrospoemas.blogspot.com/
    https://epiphyllumlogos.blogspot.com/

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