A tarde encosta-se à janela
na quieta hesitação dos ponteiros.
O sol espalha palavras
que não ouso decifrar
como se a luz tivesse segredos
guardados nos ramos.
A rua canta
com passos de água
e os nomes deslizam nas vozes
como folhas à deriva.
O silêncio aperta-me as mãos
com a ternura de quem conhece
cada ausência escondida.
Olho o verde
que se eleva.
Tento lembrar-me
do que sou
[ reflexo de quem se vê.]
Talvez o tempo me escreva
devagar
sobre esta página em branco
voz do silêncio
à minha espera.
BL
29.07.25
Olha, você manda muito bem. Que poema lindo, BL.
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