quarta-feira, 23 de julho de 2025

Vestido de figo e sol

 




Rasguei o inverno dos dedos
para vestir-me da luz que tu trouxeste

um vestido de risos e cheiro a figo
onde a pele respira sem pressa.

Hoje
o tempo é um pássaro entre laranjeiras
tu és brisa que acaricia as folhas
e eu
sou parte do chão que canta com elas.

Há um gato que nos segue na sombra
espectador do sol
a incendiar o telhado das horas.

E por trás do vidro
o mundo sorri por dentro

como uma criança que inventa nomes novos
para tudo o que é 

bonito demais para se perder.




BL

23.07.25







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