Escrever é abrir sulcos
em pedra adormecida
tornar gesto a memória do toque.
Como quem ateia brasas no ventre do escuro.
Num qualquer lugar sem mapas
onde o abismo tem paredes de silêncio
encosta-se o olhar à vertigem
e o corpo habita a lentidão
daquilo que se mantém ausente.
Entre ruínas invisíveis
ergue-se um altar de ecos. Vozes submersas
vibram
na ossatura do tempo.
Nomeia-se o infinito
na espessura da sílaba.
Permanece-se.
BL
04.07.25
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