sexta-feira, 4 de julho de 2025

Ritual de permanência

 





Escrever é abrir sulcos

em pedra adormecida



tornar gesto a memória do toque.

Como quem ateia brasas no ventre do escuro.



Num qualquer lugar sem mapas

onde o abismo tem paredes de silêncio



encosta-se o olhar à vertigem

e o corpo habita a lentidão

daquilo que se mantém ausente.



Entre ruínas invisíveis

ergue-se um altar de ecos. Vozes submersas

vibram

na ossatura do tempo.



Nomeia-se o infinito

na espessura da sílaba.



Permanece-se.







BL

04.07.25






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