"Meto-me para dentro, e fecho a janela.Trazem o candeeiro e dão as boas noites,E a minha voz contente dá as boas noites.Oxalá a minha vida seja sempre isto:O dia cheio de sol, ou suave de chuva,Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,A tarde suave e os ranchos que passamFitados com interesse da janela,O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito.E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme."
domingo, 6 de abril de 2014
Meto-me para dentro, e fecho a janela - Alberto Caeiro
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