terça-feira, 7 de outubro de 2025

As mãos do tempo

 



 

De manhã
não chamo pelo sol.
Os dias chegam mudos
sem rosto
sem cerimónia.

 

Não persigo
[como pardais famintos]
o som das promessas
caídas e esquecidas no parapeito.

 

Caminho pelas horas
banais
arrastando nos bolsos
derrotas dobradas como papéis velhos.

 

Envelheço no gesto.
As mãos conhecem
o peso lento
das escolhas.

 




BL

07.10.25











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