terça-feira, 10 de junho de 2025

Espinhos de rosa branca em páginas de algodão

 




Ninguém toca o pergaminho intacto.

O papel

brando e impassível

esconde cicatrizes

que não se confessam.



No ventre de páginas desfeitas

sangram raízes de um nome esquecido

silabário rasgado em espinhos vorazes.



O algodão sufoca o verbo

repousa como véu sobre um tempo morto



[ fantasma mudo de histórias sem retorno. ]



Entre frestas

o silêncio trama a sua emboscada.



E a rosa

espectro pálido

devora o espaço

com a sua sede branca.





BL

10.06.25








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