Hoje regressei ao espelho das palavras
sonhadas
talvez
porque abriu a primeira açucena branca
como
se de asas se tratasse.
Surpreendem-me
os fragmentos do olhar
que
sobrevivem na memória das mãos.
Num
tempo sem declives
atribuí-me
um nome que alimentas de incertezas
e
silêncio. Não me reconheço
quando
o vejo.
Nunca
me dizias dos símbolos
em
que prolongavas as sombras ou atravessavas
os
ventos do desassossego da alma.
Doem-me
estas paredes cobertas de um tempo
a
engolir a inocência dos rostos. Um a um
percorridos
pelo nome que transpões
na
geografia do esquecimento.
BL
22.05.17
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