Para
te sentires vivo
rasgas
a tua pele desamparada
e
sangras de solidão.
E
a solidão dói.
Saber
que atrás de uma rua vazia
virá
outra rua vazia.
Que
um som de passos
será
somente o som dos teus passos.
É
provável que num cruzamento
de
águas
os
teus passos escutem a memória
de
um horizonte perdido onde as palavras
tinham
a determinação da luz.
Dentro
dos teus olhos existe um lugar recôndito
habitado
por uma vida inteira.
Apetecia-me
chamar-te para dentro
de
um abraço
porque
sinto que as tuas lágrimas
estão
a secar
a
deslizar para dentro do teu sorriso.
Queria
tanto entender os significados
que
estão dentro dessas lágrimas.
Mas
o vento é forte e a árvore fustigada.
A
palavra desarticula-se num tempo embaciado
de
espaços vazios.
E
tudo se reduz aos silêncios que nos fazem
cerrar
as pálpebras e descair os lábios
numa
linha horizontal e ilegível.
BL
21.02.17
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