Podias
sentar-te ao meu lado
num
banco de pedras
ou
de papoilas.
Podias
abrir o portão
branco
e
sentir as raízes a levarem-te
ao
núcleo do universo.
Porque
é maio
e
a magnólia floriu.
Podias
colher a papoila rubra
como
se quisesses entreabrir o tempo
parede
de chuva
e
de silêncio desregrado e múltiplo.
Podias
soprar-me uma palavra breve
ou
então uma sílaba única
como
se quisesses erguer-me o olhar
e
anunciar-te no ventre da terra.
Porque
o tempo é particípio
e
a saudade morde o poema.
BL
14.05.17
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