Ontem, pintava telas
em poemas de linho
dedilhava sílabas como quem poisa
num beijo de borboleta
acendia violinos
sobre o cansaço das pedras.
Na chama do espelho
aquele fio de água clara
a viajar na alma
o vento da eternidade
a olhar para além de mim.
Hoje, o caos
no odor a terra queimada
o sol a sangrar silêncios
nos murmúrios da noite
a pedra a sobreviver
com os pés descalços
pelos caminhos secos
de um destino nu.
BL
ResponderEliminarUm destino nu, rasto de cinzas e sombras onde nada mais há que o negrume dos reflexos a morrerem de sede, à beira de um fio, tão claro,de água.
Nem as pedras sobrevivem a tanta solidão.
Apenas me ocorre dizer-te; Obrigada!!
Um beijinho, Brígida.
Linda poesia! A pedra sobrevivente de um destino nu!
ResponderEliminarMuito bonito.
ResponderEliminarHá uma leveza de asas sobre as metáforas, uma luz âmbar que passa a roças encantamentos.
ResponderEliminarBelíssimo!
Lídia
Mas há sempre um fiozinho de esperança que permanece na pedra que sobrevive às intempéries do tempo e dos sentidos...
ResponderEliminarComo sempre...maravilhosas palavras.
A. Luz