Não trago comigo mais do que
o gesto inábil de artesã de nenúfares.
Exilada pelo silêncio das sombras
colho o sussurro dos ventos
como quem burila o primeiro diálogo das neblinas.
Ao tempo nada mais cabe do que
passar.
Sem nada esperar de definitivo e
como quem intenta um tempo de prodígios
enterro as minhas mãos
para decifrar o lugar exacto onde a terra segura as águas
e a luz que invento me anuncia as nascentes dos oceanos.
Nada mais me cabe do que
cuidar
como a quem nada mais pertence do que
podar a ramagem da tília que plantei ao rés da casa
e adubar os meus fascínios neste chão.
BL
23.05.10
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