Podia lembrar e esquecer
a casa cheia de noite,
a respiração turva das palavras,
se aprendesse a semear campos pontilhados de sonhos,
nascidos na claridade dos dias.
Podia entender-me
nos gestos que sussurram a minha imagem
nos rios em que me deito,
se não me atravessassem silêncios irrepetíveis
do tempo inexistente,
no tudo que é o instante.
Queria até beber dos teus improváveis rituais,
se me estendesses um regaço de águas mansas
em preguiçosa avenida de aloendros e garças reais.
BL
21.01.10
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