segunda-feira, 4 de agosto de 2025

ao longe, tu

 




daqui

telhados
ruas que não dormem
árvores que abrigam pessoas
e casas com folhas nos alicerces.

 

caminhas
entre pedras que te escutam.


eu vejo-te.


não sei para onde
mas sei que vais.

 

fico
presa no tempo de que falam
suspensa num céu que me segura
até o dia te devolver ao mundo.

 

quero tocar-te no ombro.
dizer: estou aqui.
mesmo que longe
a muitos abraços de distância
consigo tocar-te.

 

se vieres
levitamos.
subimos.
vemos o mundo em linha aberta.
vemos o fim que parece começo
vemos a rua onde deixaste um passo.

 

e eu?
fico
a ver o trilho que te levou
até desapareceres.





BL

04.08.25





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