domingo, 30 de julho de 2023

Sonhos vadios

 



Foge-me o olhar

iludido num destempo seco

que me redesenha horizontes

incertos

sorrisos impossíveis

de memórias e silêncios.


Não me encontro entre

os ventos vazios


perco-me numa tela


de nuvens que não pintei

e se desfazem em brumas de uma solidão sem fim

e em palavras que já não sei

[e que procuro e me fogem]


e de sonhos vadios

que já não cabem em mim.


Percorro um chão

minado de dias cinzentos

trancado em passos hesitantes

que me pesam em lágrimas


e em rumos vagabundos

de imagens que partem sem mim


em viagens errantes

de um poema

que já não me cabe no tempo.




BL

06.10.11








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