Foge-me o olhar
iludido num destempo seco
que me redesenha horizontes
incertos
sorrisos impossíveis
de memórias e silêncios.
Não me encontro entre
os ventos vazios
perco-me numa tela
de nuvens que não pintei
e se desfazem em brumas de uma solidão sem fim
e em palavras que já não sei
[e que procuro e me fogem]
e de sonhos vadios
que já não cabem em mim.
Percorro um chão
minado de dias cinzentos
trancado em passos hesitantes
que me pesam em lágrimas
e em rumos vagabundos
de imagens que partem sem mim
em viagens errantes
de um poema
que já não me cabe no tempo.
BL
06.10.11
Sem comentários:
Enviar um comentário