Guardo no olhos as palavras de água
do teu silêncio
o derradeiro abraço do sorriso que me acenaste
a voz invisível dos teus lábios
que levaste na tua viajante forma de ser.
Guardo na minha pele o contorno frágil
do teu gesto sereno e quente
o sabor a mar dos últimos dias.
Guardo na primeira floração de abril
a linguagem da espera a persistir no vento
e a resistir a esta chuva miúda
que prolonga a invernia.
Guardo nas mãos as nuvens luminosas
onde te nasce o tempo
e crescem as searas
leito e margens
do teu rio.
BL
15.04.12
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