… e leva o mundo atado
àquela bolha de ar que lhe sobrou dos olhos. Embrulha as histórias
em papel de mortalha
e espalha os gemidos dos afetos
entre as cinzas das memórias
arrasta pela noite
a partitura nua em que tece os dias
caminha descalço sobre os nomes
em que a vida entardece
… e o silêncio move
aquela bolha de ar que lhe sobrou dos olhos
onde a voz antiga é um lugar
sem espaço
e o compasso do verso
corpo sem gesto
fendas
a descerem do tempo
palavra-peso
grito
e as aves a tombarem nas raízes dos passos
naquela bolha de ar onde gastou o que lhe sobrou do mito
e lhe sugou o luar.
BL
18.02.12
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