Uivos de fogo derramam relâmpagos
sobre o rio amarrado às margens.
Os instantes de luz ferem os ponteiros da cidade
engolida no espanto da sombra.
Dói o rosto da noite
a estremecer desde o ventre da terra.
O silêncio é vertigem
onde a morte sem nome se acomoda.
Nas palavras confundem-se abrigos
e tumultos de viagens derradeiras.
A casa
o caos.
Mapas de limbos na permanência dos dias
ou voos extasiados no orvalho dos olhos.
BL
14.03.22
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