A minha rua chove de solidão.
Os rostos partiram
lívidos
e levaram com eles os portões abertos e
os risos das crianças heróis
da fórmula um
em carrinhos de madeira construídos
nos quintais.
Nos muros da minha rua sobe o abandono e
entranham-se odores de podridão.
Já não existem janelas e
neste silêncio vazio de lágrimas
eu já não sei que horas são
e fujo
fujo
sem caminhar.
BL – 28.11.20
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