Foto de J. Luz
O som do desterro cala-me
a voz
e o silêncio entranhado
nos versos
afia as arestas do pensamento
disperso entre veias de
ventos e de inglória bonança.
As palavras pararam porque
o tempo sucumbiu
no pretérito imperfeito das memórias
e nas praças ateiam-se incêndios
a clamarem a ilusória mutabilidade dos corpos.
Selaram as portas
e os rostos explodem desamores.
Longe
muito longe
transporta novembro o meu olhar de outrora
pássaro de todas as estações.
BL
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